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Consumo de bebidas alternativas ao leite disparou 19% num ano em Portugal

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 14/09/2015

4 MIN DE LEITURA

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Instalaram-se no corredor do leite e dos cremes, com embalagens semelhantes, selos de agricultura biológica e uma imagem cada vez mais atraente e aliada a hábitos de vida saudável. As bebidas de soja, amêndoa, coco ou aveia já merecem lugar de destaque nos supermercados e nas lojas online das cadeias de distribuição, onde são incluídas sem pudor na seção de “lacticínios”. Mesmo com preços que podem começar nos 0,79 euros, quase o dobro de um litro de leite UHT, estão conquistando cada vez mais adeptos, em um momento em que o consumo de produtos lácteos está caindo e os produtores se confrontam com excesso de produção e uma vertiginosa queda de preços. Os dados da Nielsen mostram isso mesmo: entre 11 de Agosto de 2014 e 9 de Agosto de 2015 venderam-se 18,8 milhões de litros de bebidas de soja, mais 19% face ao mesmo período do ano anterior. Um ano antes, de 12 de Agosto de 2013 e 10 de Agosto de 2014, as vendas já tinham registado crescimentos de 8%.

A Alpro, gigante do setor e líder de mercado em Portugal, está crescendo 20% ao ano no país não só com bebidas de soja mas, sobretudo, com outras opções vegetais, iogurtes, natas e sobremesas. Ann De Jaeger, porta-voz da empresa belga, diz que as bebidas de soja ainda crescem, mas é nas versões de amêndoa e coco que o “boom” se está a registar. O valor de mercado da bebida de amêndoa cresce 3,5 vezes; o do coco seis vezes.

“No início estes produtos eram vistos como um nicho, para consumidores que tinham uma necessidade, seja intolerância alimentar ou alergia, ou alguma questão de saúde específica. Hoje a Alpro tem uma grande variedade de produtos vegetais que estão disponíveis nas maiores cadeias de supermercados”, detalha. A multinacional antecipa subidas nas vendas, dizendo que os consumidores procuram opções “mais holísticas” do ponto de vista do bem-estar. A tendência de um café da manhã saudável está alavancando a mudança, continua Ann De Jaeger.

E além dos gigantes da indústria, como a Alpro ou a espanhola Vive Soy (a segunda maior), há agora nas prateleiras produtos com a marca das cadeias de distribuição. A mudança de hábitos alimentares também fez nascer novas empresas, como a Nutre, que a partir de Vagos, no distrito de Aveiro, produz bebidas vegetais com os logotipos dos supermercados e está exportando a sua marca, a Shoyce, para a Ásia.

“Esta era uma categoria 100% importada. A Aplro e a Vive Soy tinham o mercado e, agora, temos 70% de quota. Fomos ao encontro do que o consumidor mundial quer”, diz João Vítor, diretor de negócio da Nutre, detida em 80% pelo fundo Orchadia liderado pelo paquistanês Asif Naqvi, e em 20% pela da Martifer.

Dos seis mercados para onde exporta a Shoyce, a Nutre quer passar para dez. Em 2014, o primeiro ano de atividade, faturou 4,6 milhões de euros e espera chegar aos 8,5 (ou mesmo dez milhões) se os clientes estrangeiros responderem de forma positiva ao produto. “Estamos agora a finalizar a nossa entrada na 7Eleven que tem 3500 lojas só em Hong Kong”, diz João Vítor.

Em Portugal, a Shoyce está crescendo todos os meses “de forma expressiva”. O responsável diz que o consumidor quer continuar a beber leite e o que a empresa faz é oferecer “algo muito próximo”. “Mantemos a propriedade da soja, mas oferecemos leite no sentido em que mantemos o sabor, a textura, a cor e a oferta nutricional”, argumenta.

Fernando Cardoso, secretário-geral da Fenalac, a federação das uniões de cooperativas leiteiras, diz que chamar leite a uma bebida de soja é incorreto e proibido. “O leite tem um papel muito importante na alimentação de todos. Está generalizado. De uns anos para cá o que se passa é que, como é um mercado muito atrativo, há um conjunto de bebidas que querem entrar”, defende. A soja, argumenta, “é um produto altamente processado, industrializado e muito pouco natural, apesar de ser vendido como algo ligado à natureza”.

A queda no consumo de leite é visível (7% no último ano) mas não é explicada por uma substituição direta deste produto por bebidas vegetais. A dimensão dos dois não se compara: de um lado são 489 milhões de litros, do outro são 18,8 milhões (dados Nielsen). Os portugueses também tomando menos iogurtes, mas compraram mais queijo (1%). Ao mesmo tempo, bebem mais refrigerantes (3%) e sucos (10%). O envelhecimento da população é um dos fatores pode ajudar a explicar a mudança, tal como o aumento das alergias e intolerâncias alimentares, mas talvez o mais relevante seja a recente profusão de estudos sobre as desvantagens do leite na dieta diária. “Todos falam sobre isso, quem tem habilitações e quem não tem habilitações. Não é um lobby per si é uma tendência, um conjunto de ataques ao leite [em contraponto com] as bebidas de soja, à manteiga - com, imagine-se, o aparecimento de cremes vegetais que até dizem que têm sabor a manteiga - que se alavancam nas propriedades dos lacticínios”, conclui Paulo Costa Leite, diretor geral da Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios.

Com o preço do leite ao consumidor a recuar para níveis de há 20 anos e o valor pago aos produtores não sendo suficiente para cobrir os custos, a armazenagem de produto tem sido utilizada para conter os danos. Paulo Costa Leite, diretor-geral da Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL) recorda que, até agora, “não houve um litro de leite que fosse para o esgoto em Portugal”. “A indústria mantém-no todo dentro de portas em manteiga e leite em pó, com o impacto que isso tem nas margens e na imobilização financeira”, diz. De acordo com o responsável, há atualmente sete mil toneladas de leite em pó armazenado. “O recurso à secagem é a alternativa quando há excedentes”, disse, sublinhando que este cenário se verifica desde o início do ano.

As informações são do Publico.pt.

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