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Com dinheiro no bolso, agricultor dos EUA segura a safra para elevar preços

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 04/12/2014

5 MIN DE LEITURA

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O produtor Darrel Gingerich, do Estado de Illinois, no cinturão agrícola americano, colheu uma enorme safra de milho este ano graças ao clima quase perfeito. Mas ele decidiu manter o milho longe dos compradores.

"Só vendi o necessário para cobrir os custos do ano", diz ele.

Gingerich é um dos muitos produtores americanos que optaram por segurar a safra enquanto os preços caíam nos últimos meses. A estratégia coletiva deu resultado, provocando uma alta de 15% nos preços de contratos futuros do milho e de 10% nos futuros de soja desde setembro. O aumento também é resultado de atrasos na colheita dos Estados Unidos e ganhos em outros mercados agrícolas.

A alta do milho durante os cerca de dois meses de colheita - outubro e novembro - foi o maior salto para o período em oito anos e o segundo maior em mais de 30 anos, enquanto a alta da soja foi a maior em cinco anos.

Os agricultores americanos também contribuíram para perdas de investidores e empresas de trading que apostaram que a safra recorde de milho, de 14,4 bilhões de bushels (365,78 milhões de toneladas), e quase 109 milhões de toneladas de soja este ano, estimadas pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), derrubariam os preços.

O bom retorno conseguido em safras expressivas e preços robustos de anos anteriores permitiu que os produtores americanos se capitalizassem. Agora, eles têm mais poder que nunca de armazenar a soja e o milho, forçando processadores e produtores de alimentos a pagar um prêmio pelas commodities.

"Os produtores são capazes de criar escassez em tempos de bonança só por se recusar a vender", diz David Durra, presidente da AgSpread Analytics Inc., trading de Chicago.

Ontem, o milho para entrega em dezembro subiu 0,27%, para US$ 3,68 por bushel, na bolsa de futuros de Chicago. A alta nos preços do milho, que já dura sete semanas, reduziu o declínio este ano para 12,62%. No ano passado, os preços do milho caíram 40% com a safra recorde.

Os preços futuros da soja para janeiro subiram 0,28% para US$ 9,98 por bushel, depois de recuarem na terça-feira em função do clima favorável para a safra brasileira, o principal rival dos EUA na produção de soja. A recente alta da soja também foi provocada pelo clima úmido que atrasou a colheita e os preços mais elevados do farelo de soja.

A alta foi intensificada quando gestores de recursos, entre eles fundos de hedge, entraram no mercado de milho, que movimenta US$ 24,5 bilhões anualmente, apostando em novos ganhos. Até 25 de novembro, o número de apostas altistas mantidas pelos fundos superou as baixistas em cerca de 207 mil contratos, 63% mais que em outubro, segundo a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA.

A mudança abrupta surpreendeu investidores como a Global Ag LLC, que previam que os preços do milho e da soja iriam cair, segundo relatório de novembro. A trading, que administra US$ 206 milhões, registrou queda de 19,1% em seu principal fundo em outubro. No ano até outubro, o fundo perdeu 10,9%, segundo dados divulgados em seu site.

"Embora o agricultor americano tenha produzido safras recordes, seu bem-estar financeiro e os preços historicamente baixos mantiveram as vendas a um nível mínimo", escreveu David Skudder, presidente da trading, em uma carta aos investidores em 12 de novembro. "Nós prevíamos que o clima bom para a colheita e o cenário negativo levaria a fortes vendas, o que estava incorreto."

Outras empresas que apostaram na recuperação dos preços registraram ganhos expressivos. Um fundo de US$ 10,5 milhões operado pela County Cork LLC lucrou 22,5% em outubro, graças a apostas acertadas no mercado de soja, diz Ron Anderson, administrador do fundo.

Um aumento na capacidade de armazenamento contribuiu para que o produtores exercessem mais controle sobre os mercados de grãos e oleaginosas. Os agricultores americanos aumentaram sua capacidade para 13,01 bilhões de bushels no ano passado, uma alta de 16% desde 2000, segundo o USDA.

A relutância dos produtores em vender desafia as grandes tradings de grãos e processadoras como Archer Daniels Midland Co., Bunge Ltd. e Cargill Inc., que compram os grãos dos agricultores para transformá-los em ração animal e outros produtos para clientes como criadores de bovinos e fabricantes de alimentos processados. Ao segurar a safra, os produtores conseguem que essas empresas paguem mais pelas commodities, reduzindo suas margens de lucro.

"Em geral, estamos comprando menos grãos durante a safra do que nos últimos anos", disse Soren Schroder, diretor-presidente da Bunge, numa entrevista recente ao The Wall Street Journal. "É uma mudança."

Em seus resultados trimestrais mais recentes, Bunge, ADM e Cargill informaram que o lucro de seus negócios com grãos recuou em parte em função das vendas menores de produtores da América do Norte e do Sul.

Alguns agricultores dizem que precisam de qualquer vantagem que conseguirem, depois da queda de preços de 2013 e parte de 2014. "Você tem que ter alguma influência", diz Ralph Holzwarth, produtor de Dakota do Sul, e quando se trata de grãos, "a maior influência que você pode exercer é ficar com eles".

Alguns analistas esperam que a alta dos preços termine, observando que os produtores não poderão armazenar o milho para sempre em função de suas obrigações financeiras.

No Brasil, os produtores de milho foram auxiliados pela retração dos americanos. Além dos preços internos subirem um pouco, as exportações de milho se aceleraram, ocupando o espaço deixado pelo milho americano.

"Em novembro, as exportações brasileiras de milho atingiram 1,6 milhão de toneladas. Nossa estimativa mais otimista era de 900 mil toneladas", diz Nery Ribas, diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso.

Segundo Ribas, depois de segurar a safra em busca de melhores preços, o produtor começou a desovar seus estoques recentemente. A associação estima que 25% das 75 milhões de toneladas de milho colhidas na safra deste ano ainda se encontram nas mãos dos produtores. "Há alguns meses, esse volume era de 60%." Segundo ele, os preços atuais giram em torno de R$ 15 a R$ 17 por saca de 60 kg, acima da mínima de R$ 10 registrada no ano, mas ainda abaixo do custo médio de produção, em torno de R$ 20.

Ao contrário dos EUA, o Brasil não conta com armazéns suficientes. Segundo estudo recente da Carlos Cogo Consultoria Agropecuária, o déficit de armazenagem no Brasil atinge 20% da produção de grãos.

(Colaborou Eduardo Magossi.)

A notícia é do Jornal Valor Econômico.
 

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FERNANDO CENSONI

PARACATU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2014

O agronegocio do leite esta falido, ninguem vai dizer nada?  Argentina chile e Uruguai despejando 50 mil ton de leite em po por mes, Meu Deus!  façam mais barulho!

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