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China: consumidores de hoje, rivais de amanhã?

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 21/10/2014

6 MIN DE LEITURA

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A demanda chinesa por produtos lácteos australianos poderia secar dentro de cinco anos devido às florescentes exportações de bovinos leiteiros vivos, disse o diretor operacional da United Dairy Power Group (UDP), Darryl Cardona, durante uma conferência organizada por agências do governo da Suécia em Melbourne.

Falando no evento “Excelência da Fazenda à Prateleira”, Cardona disse: “Uma das maiores exportações da Austrália é de gado leiteiro. Estamos exportando nosso quintal. Estamos exportando nossas vacas; estamos exportando nosso futuro. A China poderá ser autossuficiente em vacas leiteiras dentro de cinco anos”.

Cardona disse que, em sua opinião, o país está entre um dos principais rivais da indústria leiteira australiana no mercado mundial de lácteos. “Em 10 ou 15 anos, a China será um dos nossos maiores concorrentes”.

Sua avaliação da situação foi particularmente pertinente, considerando que, com sua venda em fevereiro, a UDP se tornou pertencente a donos de Hong Kong-China. Entretanto, há espaço para produtores de leite e processadores de lácteos lucrarem com o comércio com a China em um futuro imediato, disse Cardona. “Joint ventures são o caminho para chegar à China. Precisamos parar de ter comerciantes intermediários. Qual a função de vender nosso leite a um comerciante, que vende a outro comerciante, que vende a outro ainda e em todo esse caminho eles estão pegando um pedaço do bolo? Precisamos ter sócios em joint ventures na China como nossos parceiros ao invés de comerciantes. Dessa forma, nossos produtores de leite poderiam receber dois centavos extras por litro de leite”.

Como parte dessa estratégia, ele recomendou que a Austrália explore alternativas para exportar commodities lácteas básicas. “No momento, estamos olhando para a China em termos de produtos commodities, não em termos de produtos com alto valor agregado”.

Ele citou como exemplo o leite UHT. “A China tem um gosto por leite UHT, não por leite fresco. Eles não gostam do sabor do leite fresco lá. Precisamos dar aos consumidores chineses o que eles querem, não o que achamos que eles deveriam querer”.

Ele também pediu às companhias australianas que mantenham e expandam ligações comerciais em todo o mundo ao invés de se permitir se tornar centradas na China. “Por que estamos deixando outros mercados pela China? Estamos esquecendo outros clientes que costumávamos ter”.

Cardona foi o convidado final de um grupo de nove pessoas que falaram durante a conferência.

Os representantes do evento foram escolhidos em primeira instância pelo Comissário de Comércio Sueco para Austrália e Oceania, Jonas Lindholm, em nome do Business Sweden, conselho comercial de investimentos estatal.

O embaixador da Suécia na Austrália, Pär Ahlberger, foi quem fez o discurso de boas vindas. Ele, que assumiu seu posto o final de julho, trabalhou anteriormente na Dinamarca, na China e em Cingapura. Ele disse que há cerca de 200 companhias relacionadas à Suécia operando na Austrália, das quais a fornecedora de tecnologia Alfa Laval era a estabelecida há mais tempo. A Austrália é o quarto maior parceiro comercial da Suécia fora da Europa.

O diretor do Dairy Austrália, John McKillop, disse que nos últimos meses “tem visto muita volatilidade nos preços dos lácteos”, mas que a tendência era “definitivamente que estamos vendo oportunidades”.

“Por que alguém quereria investir no setor leiteiro australiano? Porque é limpo, é verde e é seguro”. Ele disse que as oportunidades existem no mundo todo, não somente na China. “As exportações australianas de lácteos ao sudeste da Ásia tiveram um valor de A$ 110 milhões (US$ 96,15 milhões) no ano passado – isso é quase um terço de nossas exportações de lácteos. Recentemente, esquecemos um nicho de vendas de produtos com valor agregado. Temos um custo relativamente baixo de produção considerando que temos um sistema principalmente baseado em pasto. Estamos construindo mão de obra qualificada – aproximadamente metade dos que trabalham no setor de lácteos da Austrália tem qualificações. A indústria australiana de lácteos gastou cerca de A$ 2,3 bilhões (US$ 2,01 bilhões) desde 1980 em tecnologia e inovações nas fazendas. Temos um plano de sustentabilidade endossado pela indústria – os produtores de leite australianos levam muito a sério seu papel como bons cidadãos da comunidade e globais”.

Outro fator que favorece o setor leiteiro australiano é a estabilidade política do país, que o distingue de competidores como Ucrânia, Bielorrússia e Argentina, disse McKillop.

Ele disse que leites em pó especiais, leite fluido longa vida e queijos estão entre as principais linhas de exportação da Austrália, não somente para a China, mas para regiões incluindo o sudeste da Ásia e o Oriente Médio. “Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, por exemplo, estão importando mais de 20.000 toneladas por ano da Austrália”.

Atualmente, metade da produção de lácteos da Austrália é consumida em mercados externos. McKillop disse que a Austrália deveria visar aumentar sua produção anual de 9,2 bilhões de litros de leite no ano passado para 12 bilhões de litros inicialmente e 15 bilhões de litros em um prazo mais longo.

A infraestrutura existente tem capacidade para lidar com pelo menos parte dessa expansão, disse ele. “Por exemplo, no momento, as fábricas da Tasmânia estão operando a 70% de capacidade”. Ele disse que os preços altos do leite ao produtor direcionariam a expansão dentro da indústria.

McKillop disse que a Dairy Austrália está buscando formas de desenvolvimento dos produtores de leite australianos para “alcançar investidores corporativos de alta qualidade. Sabemos que o momento é certo: certo para um crescimento firme, certo para um investimento sólido”.

Os palestrantes também incluíram Joshua Taylor, diretor financeiro da The Van Diemen's Land Company, maior operadora de fazendas leiteiras da Austrália com 25 propriedades separadas no noroeste da Tasmânia operando 18.000 vacas leiteiras e 10.000 novilhas de reposição. A companhia espera produzir sete milhões de quilos de sólidos do leite – ou 90 milhões de litros de leite – em 2014-15, disse Taylor. “A Tasmânia tem a capacidade de processar 1,2 bilhão de litros, mas a produção de 2013-14 foi de apenas 804,6 milhões de litros”.

Em resposta à pergunta de Lindholm sobre como a Van Diemen permaneceu à frente da embalagem, ele disse que a indústria de lácteos australiana “não era um ambiente competitivo – todos trabalhamos juntos”.

Representando o Conselho de Desenvolvimento Econômico Sul-Australiano, Göran Roos disse que “os lácteos – assim como outros produtos alimentícios – têm oportunidades no mercado asiático. Pode ser um produto funcional ou um produto de luxo. Quase 90% dos chineses têm intolerância à lactose; há uma relação entre poluição no ambiente e reações alérgicas”.

Roos disse que isso apresenta uma oportunidade aos exportadores de lácteos para desenvolver linhas que servem como uma função a seus compradores. Ele explicou a fina linha que separa os bens de “luxo” dos alimentos “premium”, conhecidos na Austrália. “Os australianos fazem produtos premium muito bem, mas não temos, de uma forma geral, muita habilidade no luxo. Com um produto de luxo você controla seu canal; se você não faz isso, você somente é um produto premium. Se você pode aumentar o valor nas mentes dos clientes, você pode aumentar os preços. Um produto de luxo não é um produto de volume – é parte de um portfólio”.

A conferência também trouxe apresentações sobre tecnologia por especialistas em plantas, equipamentos e embalagens DeLaval, Alfa Laval, SKF e Tetra Pak. As quatro companhias têm origem sueca e expandiram-se pelo mundo, oferecendo serviços lácteos extensivos na Austrália.

A adoção de tecnologia avançada e o emprego de manutenção preventiva para minimizar o tempo de inatividade foram fundamentais para aumentar a eficiência, reduzir os custos para insumos como energia e água e fortalecer mais a reputação já sólida da Austrália no que se refere à segurança alimentar, concordaram os quatro processadores.

A reportagem é do https://adf.farmonline.com.au, traduzida pela Equipe MilkPoint Brasil.
 

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