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China ameaça impor represálias à indústria de lácteos, lã e kiwi da NZ por conflitos no setor de aço

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 19/07/2016

5 MIN DE LEITURA

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A China ameaçou impor “medidas de retaliação” contra o comércio da Nova Zelândia, alertando que diminuiria o fluxo de importações de lácteos, lã e kiwi. Isso porque o país asiático está irritado com os questionamentos feitos pela Nova Zelândia sobre a inundação do mercado do país com aço chinês; os chineses acreditam que a Nova Zelândia faz parte de uma aliança, liderada pelos Estados Unidos, para atingir interesses nacionais chineses.

Os bastidores da ameaça vieram dias antes da chegada do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Nova Zelândia, forçando o governo e os oficiais de comércio a buscar negociações urgentes com a China. A Nova Zelândia está irritada pela China ter assumido uma abordagem tão combativa e está pedindo que o país desista.

A Pacific Steel, companhia irmã da mineradora e processadora de ferro, NZ Steel, apresentou um pedido confidencial, sob as leis locais e da Organização Mundial de Comércio (OMC), por uma investigação sobre o dumping feito pela China com o corte do preço do aço no mercado neozelandês. A indústria local está lutando para competir com a grande quantidade do metal chinês, muitas vezes abaixo do padrão, que está sendo usado em importantes projetos, como a Waterview Connection, de NZ$ 1,4 bilhão (US$ 995 milhões) e pontes na Waikato Expressway.

Agora, advogados do Ministério dos Negócios, Inovação e Emprego (MBIE) estão decidindo se a investigação deve proceder, o que poderia resultar em tarifas punitivas antidumping contra a China. Porém, de alguma forma, a China descobriu sobre esse pedido de investigação – e está tomando medidas de retaliação. Na semana passada, representantes das maiores indústrias exportadoras da Nova Zelândia foram chamados por oficiais chineses e foram solicitados a exercer sua influência para garantir que a investigação do MBIE não prossiga.

Para aumentar a pressão, eles ficaram sabendo que a China começou a consultar produtores locais de alimentos sobre a imposição de tarifas de retaliação para reduzir o acesso aos lácteos, à e ao kiwi da Nova Zelândia e potencialmente carne ao mercado de 1,35 bilhão de consumidores chineses. “Uma guerra comercial com a China definitivamente não é de nosso interesse”, disse o produtor de leite de Manawatu, Andrew Hoggard. “Eles são cerca de 20% de nossos mercados e estamos tendo uma boa penetração com produtos com valor agregado lá”, comentou.

Hoggard, que é presidente da divisão de lácteos da Federated Farmers, disse que muitos produtores estão ainda lutando para cumprir com os pagamentos de hipoteca e vários foram forçados a deixar suas terras, após preços muito baixos dos sólidos do leite no ano passado. A última coisa que eles precisam agora é ser prejudicados por barreiras comerciais chinesas. Fontes confirmaram que a China está fazendo pressão em uma tentativa de convencer a Nova Zelândia a desistir de impor tarifas antidumping ou de compensação – que são impostas quando bens são subsidiados – sobre o aço chinês.

A matriz da Pacific Steel, BlueScope Steel, também tem sido fortemente crítica pelas proteções antidumping contra as importações chinesas na Austrália e aplicou medidas punitivas lá também. Na Nova Zelândia, a Pacific Steel não quis comentar e o gerente de comercio do MBIE, Karl Woodhead, disse que o Ministério não podia confirmar ou negar se tinha ou não recebido esse pedido. Pelas regras da OMC, “pedidos relacionados a tarifas antidumping ou de compensação são confidenciais, a menos que as investigações sejam iniciadas”, levantando a questão sobre como a China ficou sabendo.

A maior nação comercial do mundo acredita que os Estados Unidos estão liderando uma aliança de nações bajuladoras, unindo-se para fechar o comércio chinês e tentando forçar seus militares a sair das ilhas e atóis no Mar da China Meridional. Joe Biden desembarcou no porta-aviões USS John C Stennis no mar da China Meridional, na sexta-feira, onde ele contou à tripulação: "nós vamos ficar ativos na região, enquanto todos vocês estão vivos". Ele voou para a Nova Zelândia na quarta-feira – e parece que certas relações com a China novamente estarão no topo de sua agenda.

Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) estão na linha de frente das ações contra as exportações chinesas de aço. Eles acreditam que a China está reduzindo os preços do aço abaixo do custo de produção, com sua produção ultrapassando a demanda à medida que sua economia desacelera.

Os Estados Unidos impuseram tarifas antidumping e antissubsídios de até 450% sobre o aço resistente à corrosão da China na última medida contra suas exportações de aço. A China descreveu a medida como “irracional”. A China provavelmente verá qualquer medida da Nova Zelândia com relação ao aço como parte de um ataque orquestrado sobre suas exportações de aço liderado pelos Estados Unidos. Entretanto, representantes da indústria da Nova Zelândia deixaram claro que os processos do MBIE são independentes e baseados nas leis e não são influenciados por forças estrangeiras.

O Ministério do Comércio da China (MOFCOM) negou que tenha feito consultas sobre tarifas de retaliação. O porta-voz da Fonterra, Phil Turner, e o diretor operacional da Zespri, Simon Limmer, negaram qualquer conhecimento sobre consultas chinesas. Porém, o especialista em comércio, Charles Finny, que trabalhou nas questões comerciais entre China e Nova Zelândia por décadas, disse que fontes no Governo confirmaram que pelo menos um importante exportador recebeu a notícia de que “o governo chinês provavelmente pressionaria o MBIE”.

A Nova Zelândia foi o primeiro país a reconhecer a China como uma economia de mercado – fato que provavelmente aguçou a resposta da China a qualquer medida da Nova Zelândia. A China acredita que qualquer medida antidumping contra suas 600.000 toneladas de exportações à Nova Zelândia seriam desproporcionais, quando o valor das importações da China era de menos de 6% do total das importações da Nova Zelândia de produtos similares. O país disse que achava que a Nova Zelândia e a China estavam “em paz” nas questões comerciais – mas aparentemente, não estão.

O ministro do Comércio, Gao Hucheng, disse que levantaria a queixa da Pacific Steel em sua reunião com o ministro do Comércio, Todd McClay, na China, na semana passada, onde McClay participou da reunião do G20. Mas McClay disse que não foi levantada nenhuma questão comercial.

O embaixador chinês, Wang Lutong, disse que não há problemas com a qualidade do aço importado, mas que a embaixada estava discutindo as preocupações da indústria com autoridades da Nova Zelândia.

Falando no The Nation no TV3, ele disse: “Eu não tenho ideia de onde a mídia tirou essa informação. Eu não poderia comentar sobre a motivação e a intenção dessas reportagens. O que posso dizer é que ainda teremos uma investigação muito detalhada sobre qualquer preocupação sobre a qualidade do aço e falaremos para as pessoas sobre isso, mas acho que ambos os lado estão satisfeitos com esse procedimento”, concluiu. 

Em 18/07/16 – 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,71063
1,40720 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)


As informações são do NZFarmer.co.nz, traduzidas pela Equipe MilkPoint. 

 

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