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Sistema de qualidade do leite na Nova Zelândia

POR BERNARD WOODCOCK

ESPAÇO ABERTO

EM 04/04/2014

10 MIN DE LEITURA

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A Nova Zelândia é a maior exportadora de produtos lácteos do mundo e se orgulha de fornecer produtos de baixo custo e alta qualidade para mais de 120 países do mundo. Parte do sucesso da indústria é atribuído à sua excelência na qualidade e segurança dos alimentos. Nas próximas páginas, explicarei alguns dos principais elementos do sistema de qualidade do leite da Nova Zelândia.

Por que melhorar a qualidade do leite cru

Qualidade baixa e inconsistente do leite tem dois importantes impactos na indústria de lácteos.

• O primeiro importante impacto é para o produtor. O produtor perde rendimento devido às penalidades aplicadas pelos laticínios e, em alguns casos, a fazenda perde em produção de leite, seja devido às perdas na produção atual devido às infecções de mastite e altos níveis de células somáticas ou perdas mais diretas e óbvias devido ao leite que é inadequado para o abastecimento.

• O segundo impacto afeta o processador de lácteos. O leite de baixa qualidade pode limitar seriamente a qualidade dos produtos lácteos que podem ser feitos a partir dele e isso também pode afetar a eficiência do processamento. Contagens bacterianas ruins podem levar o leite a ser instável no processamento, com as proteínas desnaturando e “grudando” nos evaporadores. Isso subsequentemente força o processador a realizar lavagens completas nas plantas mais regularmente do que é preciso, com o custo de produção aumentando proporcionalmente.

O produto feito com leite de baixa qualidade também pode ter um prazo de validade menor devido à ação de enzimas liberadas pelas bactérias antes do processamento.

As ofertas de leite inconsistente e de baixa qualidade podem limitar a capacidade dos processadores de lácteos para se diferenciar no mercado. O laticínio pode ficar alocado nas posições inferiores e menos lucrativas do mercado e os produtos processados pela companhia podem eventualmente ser substituídos por produtos de melhor qualidade. Certamente, produtos de baixa qualidade são mais vulneráveis aos movimentos de preços e à competição.

Isso significa que a qualidade do leite é extremamente importante quando se tenta alcançar a estratégica do laticínio no mercado. Infelizmente, é difícil de melhorar a qualidade do leite rapidamente, envolve um esforço concentrado por uma série de partes interessadas e pode frequentemente requerer soluções bastante complexas.

Essas soluções incluem:

• Penalidades e incentivos
• Informação e educação
• Suporte tecnico no campo
• Sistemas de Boas Praticas na Fazenda
• Investimento pelos produtores

Boa qualidade do leite

Medir a qualidade do leite é um primeiro passo importante. No geral, na Nova Zelândia, a qualidade do leite é determinada por uma série de testes diferentes, mas os seguintes são os mais relevantes.

• Contagem Bacteriana Total (CBT) - 50.000 células/ml
• Bacterias Termodúricas - 1.500 células/ml
• Bacterias Coliformes - 500 células/ml
• Células Somáticas - 400.000 células/ml
• Substâncias inibidoras - 0,003 UI/ml

Também testamos para adição de água, aflatoxinas, sedimento, odor/sabor/aparência (avaliação sensorial) e resíduos de contaminantes introduzidos ao leite durante alimentação e ordenha.

Na Nova Zelândia em 1975, uma mudança na política da qualidade do leite gerou uma grande melhoria. Antes disso:

• 42% dos tanques tinham contagens de CBT de mais de 1.000.000/ml;
• O leite em silos se deteriorava rapidamente;
• O sabor dos produtos lácteos era adversamente afetado;
• Os níveis de contagem de células somáticas (CCS) eram excessivos, as vezes mais que 1.000.000/ml (veja gráfico abaixo para o efeito da alta CCS na produção de caseina);
• Houve o uso descuidado de antibióticos;
• Silos de creme de leite gelatinosos;
• Queijos estragados ocorriam.


O que foi feito com relação à qualidade do leite cru após 1975?

Por volta de 1975, houve o reconhecimento de que a qualidade do leite cru era ruim e um “limite ao crescimento” e que uma resposta estratégica integrada era requerida. A Nova Zelândia introduziu novas medidas em toda a indústria. Essas incluíram:

• Desenvolvimento de materias didaticos;
• Emprego e treinamento de Assessores de Campo;
• Desenvolvimento de sistemas de confiança de análise do leite cru;
• Introdução de penalidades;
• Início da introdução de sistemas de Boas Praticas Agropecuárias nas Fazendas.

O impacto dessas medidas foi profundo. A Nova Zelândia produz leite que é:

• Mais de 98,5% melhor para CBT (menos de 50.000/ml)
• Mais de 93% melhor para coliformes (menos de 500/ml)
• Mais de 92% melhor para termodúricos (menos de 1.500/ml);
• Mais de 99,9% melhor para Substâncias Inibidoras (menos de 0,003 UI/ml);
• Uma média de CCS de aproximadamente 170.000 células/ml.

Quais foram os principais fatores que permitiram essa mudança positiva?

Equipamento de ordenha


Os equipamentos de ordenha e os padrões de instalação foram melhorados. Na Nova Zelândia, novas instalações precisam ser aprovadas antes do leite ser fornecido a partir delas. Além disso, novos equipamentos de ordenha devem passar por um processo de aprovação antes que tenham permissão para ser vendido e instalado nas fazendas.

Sistemas de limpeza também foram re-projetados, de forma que equipamentos de limpeza e soluções de limpeza fossem mais efetivos e mais bem adaptados aos equipamentos de ordenha mais modernos.

Os sistemas de bombeamento de leite foram re-projetados, de forma que houvesse menos aeração do leite na máquina de ordenha. Ao mesmo tempo, os produtores foram treinados para serem mais eficientes quando aplicam e removem os copos na ordenha. Isso também reduziu a aeração (e subsequente danos à gordura).

O pré-resfriamento do leite usando placas de resfriamento antes de entrar no tanque de leite também melhorou. Isso permitiu que o leite fosse resfriado mais rapidamente e de forma muito mais eficiente.

Resfriamento do leite

De acordo com a regulamentação da Nova Zelândia, os produtores precisam resfriar seu leite para 7°C dentro de 3 horas após o término da ordenha e, como uma diretriz, o leite deve ser pré-resfriado a 18°C ou menos antes de entrar no tanque da fazenda. Esses padrões estão sendo modificados para terem ainda mais impacto.

Equipamento de ordenha, Instalações da Sala de Ordenha e Padrões de Manejo de ordenha

Foi criado o código de boas práticas em produção leiteira (NZCP 1) que foi adotado por todas as companhias de lácteos. Ele determina os padrões para colheita e armazenamento de leite antes da coleta. Esse código é administrado pelo Ministério de Indústrias Primárias.

Manutenção da máquina de ordenha

Um sistema padrão de manutenção e funcionamento da máquina de ordenha foi desenvolvido e todos os técnicos são treinados para utilizá-la. Esse sistema removeu inconsistências na manutenção e instalação e os produtores podem ter muito mais confiança de suas recomendações técnicas no que se refere à manutenção da máquina de ordenha.

Também emitimos diretrizes sobre questões como validade para componentes de borracha e teteiras, uso adequado de filtros de leite e padrões apropriados para configurações de vácuo e pulsação. Sem isso, não poderíamos efetivamente ter administrado os danos nos tetos, as infecções de mastite e as contagens de células somáticas.


Boas Praticas Agropecuarias

Os sistemas de Boas Práticas Agropecuárias são essenciais para melhorar e manter a qualidade do leite. As análises no leite são um processo reativo e as inspeções das fazendas podem apenas julgar padrões no dia da inspeção. Boas Práticas Agropecuárias dá mais equilíbrio à estratégia geral e coloca a responsabilidade da qualidade para o produtor, dando aos auditores externos confiança de que há um sistema integrado e documentado em prática para garantir a qualidade do leite.

Os sistemas da Nova Zelândia são designados para serem simples e práticos, de forma que todos os produtores possam entendê-los e aplicá-los facilmente. Se for muito difícil, haverá pouco entusiasmo para manter o sistema e os produtores “inventarão” registros ao invés de manter registros verdadeiros.

Outra importante característica do programa Boas Práticas Agropecuárias da Nova Zelândia é que ele fornece benefícios para os produtores; isto é mais do que uma ferramenta a se cumprir e fornece boas informações de manejo que economizam tempo e dinheiro do produtor.

Esses sistemas são auditados regularmente, uma ou duas vezes por ano, para um padrão consistente, realizados por auditores bem treinados que validam as operações dos produtores e servem para encorajar, informar e educar. Então, a auditoria faz mais do que simplesmente identificar deficiências; oferece boas soluções viáveis. Os sistemas de Boas Práticas Agropecuárias vêm com um amplo e confiável material de suporte voltado a permitir que os produtores entendam melhor as boas práticas e como essas podem ser aplicadas na fazenda. Eles estão prontamente disponíveis, fáceis de entender e são atualizados regularmente.

Suporte de fiscalização do governo

Todas as características acima têm um forte suporte regulatório. Os laticínios normalmente contratam companhias independentes e privadas de auditoria nas fazendas, como a QCONZ, para administrar esse processo, mas os padrões e como eles são aplicados são definidos e executados pelo Ministério das Indústrias Primárias em consulta com a indústria.

Se a fazenda não cumprir e houver riscos que ameacem a qualidade do leite e sua adequação para o abastecimento, então o laticínio penaliza o produtor em primeira instância. Se for realmente sério, então a oferta de leite pode ser interrompida. Se a oferta é interrompida pelo Ministério, então os produtores não podem fornecer leite à nenhum laticínio até que os problemas sejam corrigidos.

Para problemas menos sérios, o laticínio pode administrar isso dando a fazenda tempo suficiente para corrigir, mas sem a ameaça de interrupção do fornecimento. Para problemas muito menores eles simplesmente registram e estimulam o produtor a melhorar.

Inovações

À medida que nossos requerimentos de mercado surgem, os sistemas usados precisam também ser atualizados ou eles perderiam rapidamente seu impacto. Por exemplo, na Nova Zelândia, nos últimos anos, tivemos:

• Estreitamento dos padrões das análises microbiológicas;
• Introdução de melhores análises de resíduos para substâncias como aflatoxina e resíduos químicos;
• Melhora nos padrões de filtração do leite;
• Desenvolvimento e lançamento de um sistema de manejo de mastite chamado SMARTSAMM (abordagem sazonal para controlar a mastite);
• Alteração de nossos sistemas de manutenção de máquinas de ordenha para lidar com a introdução de maquinaria mais moderna.
• Treinamento de nossos veterinários especificamente no manejo da mastite e desenvolvimento de uma lista de veterinários “certificados”, isto é, somente veterinários que são treinados, são autorizados a oferecer conselhos aos produtores.
• Desenvolvimento de sistemas de capturas de dados eletrônicos para auditores que permitem o registro quase em “tempo real” da auditoria e resultados do serviço de auditoria.
• Desenvolvimento do uso de uma agenda de qualidade do leite no qual os produtores podem manter todos os registros essenciais simples e facilmente. Esse é agora o quinto ano para a Fonterra e tem uma aceitação muito ampla dos produtores. Anteriormente, os produtores eram apresentados a grandes manuais e requerimentos complexos de registros – a maioria dos produtores achava isso muito difícil e as taxas de adoção eram baixas.
• E agora que os produtores estão muito familiarizados com os requerimentos de Sistemas de Qualidade do Leite/Boas Práticas, a falha em manter bons registros e sistemas de manejo resulta em uma penalidade monetária à fazenda, como se fosse uma penalidade no análise do leite.
• Além disso, a maioria dos laticínios está agora muito focada nos requerimentos de produção sustentável, isto é, protegendo os cursos d’água naturais de invasões de vacas leiteiras, protegendo áreas naturais, como florestas e zonas úmidas importantes, replantando árvores e abrigos para animais, gerenciando de perto as aplicações de nutrientes para minimizar a lixiviação em sistemas de água subterrânea. O bem-estar animal também possui mais destaque nesses sistema estendidos de melhores práticas. Além de ameaçar o futuro da indústria, práticas ruins de sustentabilidade quase certamente se tornarão uma barreira ao comércio em mercados mais sofisticados. Essas questões “emergentes” estão conosco agora e precisam ser levadas muito a sério.

Sobre o QCONZ (Quality Consultants of New Zealand)
A QCONZ é uma empresa de serviços que fornece treinamento, consultoria, assistência técnica e serviços de auditoria para a indústria de lácteos na Nova Zelândia, Austrália, Brasil, América do Sul e Ásia. No Brasil, o QCONZ implementa e inspeciona produtores de Boas Práticas na Fazenda (BPF) para DPA e implementou o Sistema Mineiro de Qualidade do Leite (SMQL) em mais de 120 laticínios em Minas Gerais. Atualmente está realizando o programa Leite Legal qualidade do Leite do Senar / Sebrae / CNA com 15.000 em Minas Gerais. A QCONZ também já realizou outros projetos para DPA, BRF, Itambé, Danone, Bela Vista, Unilever, Sebrae Minas, SECTS Minas, Emater Minas e Balde Cheio, entre outras organizações líderes na indústria de lácteos.


Para obter mais informações sobre a melhoria da qualidade do leite CLIQUE AQUI e leia nosso espaço destinado somente ao assunto.

BERNARD WOODCOCK

CEO / Socio da QCONZ (Quality Consultants of New Zealand) America Latina.
e-mail: Bernard@qconz.com.br

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MARCOS LOPES

BALDIM - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 22/05/2014

Parabéns Bernard! A realidade da produção e qualidade do leite em seu país é o sonho de muitos produtores brasileiros, entretanto, ficamos muito atrás nos quesitos qualificação de colaboradores, manejo de pastagens, eficiência da nutrição, genética, manejo reprodutivo, sanitário e na gestão das propriedades como um todo. Sem dúvida alguma temos muito o que aprender com você da QCONZ.

Espero que o "LEITE LEGAL" possa abranger o máximo de produtores de nosso país.

Abraços!
DANILO RS

SANTA ROSA DO SUL - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 09/04/2014

Excelente matéria; ela acrescenta pontos de vista que enriquecem o debate sobre a qualidade do leite e seus aspectos mercadológicos. Realizei pesquisas com doce de leite e iogurte durante os anos de 2001 a 2004, onde obtive alguma notoriedade. Agora estou iniciando minha atividade docente da disciplina de produtos de origem animal, no curso de Agronomia do IFC- Campus Sombrio, SC. Espero aproveitar alguns aportes do informativo MILKPOINT para passar aos meus alunos uma visão panorâmica sobre a cadeia produtiva do leite.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/04/2014

Caro Bernard,



Obrigado pela resposta. Só por curiosidade, qual o tamanho de uma pequena propriedade neozelandesa?
ROBERTO SULZBACH

ESTRELA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA LATICÍNIOS

EM 08/04/2014

parabéns pelo artigo, um assunto muito importante que está no nosso dia a dia e para diferenciar produtores preocupados em produzir produtos de qualidade e receber por isso,só que devemos é acabar com os fraudadores de leite que incistem em adulterar o nosso leite.
BERNARD WOODCOCK

EM 08/04/2014

Antônio Moraes, Rui, Ananias e Dustin  - Obrigado! Estou bem contente que gostaram do artigo.



Caro Rui,

O Leite Legal (treinamento do Senar em Qualidade do Leite que a QCONZ está implementando em Minas), está tendo um bom impacto no estado de Minas Gerais e em alguns outros estados. Mas para ter um impacto realmente significativo, os grandes laticínios e as outras partes da cadeia, incluindo o governo, têm que juntar seus esforços e trabalharem juntos. Quem sabe, talvez com essa noticia https://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/grandes-empresas-brasileiras-criam-a-viva-lacteos-88449n.aspx a possibilidade de ver os laticínios realizando um trabalho em conjunto seja maior.



Caro Ananias,

A busca pela qualidade que vem acontecendo nos últimos anos não tem volta. Ao mesmo tempo, vejo uma grande demanda também por maior eficiência e profissionalismo no campo. O Brasil tem um potencial enorme, sem dúvida com produtos de qualidade e preços competitivos.

O Brasil vai empatar com a NZ e qualquer outro país que quiser!



Caro Fernando - Bem colocado. Concordo plenamente.
DUSTIN ANDRÉ CHAVES HOFFMANN

NOVA BASSANO - RIO GRANDE DO SUL - MÉDICO VETERINÁRIO

EM 08/04/2014

Muito bom artigo. Esse artigo mostra o quanto temos de dever para atingir leites com muita qualidade.
FERNANDO ENRIQUE MADALENA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 07/04/2014

Sr Bernard, seria interessante também ressaltar que na Nova Zelândia existe maior sintonia entre laticínio e produtores, de forma que o preço do leite remunera a proteína e a gordura enquanto penaliza a agua. Poucos laticínios no Brasil remuneram adequadamente os sólidos. Sem incentivos econômicos adequados dificilmente os produtores irão se interessar em melhorar a qualidade do leite.
ANANIAS DUARTE

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 07/04/2014

Show, show, Woodcock. Bom material; Claro, preciso e interessante. Agora, ca pra nois... produzir leite no Brasil é bem melhor que na NZ né. O que falta aqui são as boas praticas, genetica e mais algumas coisinhas. Mas, calor, agua e luz, aqui sobra ! Creio que, com o seu apoio o Brasil vai empatar, logo- logo, com a NZ. Que achas?!
RUI DA SILVA VERNEQUE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 07/04/2014

Prezado Bernard: excelente matéria. Qualidade do leite é algo essencial para o Brasil,  que precisa implementar um trabalho mais estruturado para aumentar a produção e produtividade e excedentes para exportação. Não tenho dúvidas de que em poucos anos estaremos com este grande problema.

Temos observado melhorias de qualidade do leite em algumas regiões, principalmente naqueles locais onde existem programas de pagamento por qualidade. Neste caso, mostra que a participação da indústria no processo é fundamental. Portanto, os programas de pagamento são muito direcionadores no Brasil. No entanto, as melhorias em qualidade que observamos nos últimos anos são ínfimas e, portanto, pouco representativas.

Em sua avaliação, qual a melhor forma que o Brasil deverá adotar para ter um grande impacto na melhoria da qualidade do leite produzido, por região ? Obrigado.
BERNARD WOODCOCK

EM 07/04/2014

Caro Ronaldo,



Algumas vantagens que a NZ tem em comparação ao Brasil, em termo de custo:



Transporte - na NZ o produtor tem uma média de mais de 300 vacas, assim, para encher um caminhão de 9.000 litros este precisa passar por apenas 1 ou 2 fazendas. Também pagamos por sólidos na NZ, e como nossos sólidos são bem mais altos  - 15% ou mais que Brasil - então estamos transportando menos água.  Outro fato - o caminhão tem que ter como andar no mínimo a 40km/hora na estrada da fazenda para coletar o leite, então ele faz o serviço mais rápido.



Produção - uma indústria média processa muito mais que 2 milhões de litros de leite por dia (que é a maior fábrica que eu conheço no Brasil). Uma fábrica na NZ, em média, processa em torno de 10 milhões de litros de leite por dia, a maior fábrica do mundo fica na NZ e processa 16 milhões de litros por dia. Por lá, as fábricas também são altamente automatizadas.



Pesquisa e extensão - se não me engano, o custo de administração do Dairy NZ é em torno de 5% do rendimento deles. Não sei quanto que é no Brasil para a Embrapa, Emater etc., mas deve ser pelo menos 3 ou 4 vezes isso.



E eu posso continuar citando vantagens em todos as áreas da cadeia... laboratórios, fiscalização, outros serviços, etc. NZ é conhecida pela eficiência da cadeia de leite.



Em termos de produtos de baixo custo, realmente o que determina os preços dos produtos é o mercado. Na NZ, tradicionalmente os produtores conseguem produzir leite com baixo custo, mas com o preço do mercado elevado é mais lucrativo produzir com um custo mais alto e produzir mais.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/04/2014

Bernard,



Quando você diz que a Nova Zelandia oferece produtos a baixo custo, onde o custo é baixo? No processo industrial? Porque no preço pago ao produtor é que não é, visto que em 2013 os produtores de seu país receberam um preço maior que os brasileiros e que os norte americanos.
ANTÔNIO MORAES RESENDE

GOIÂNIA - GOIÁS

EM 04/04/2014

Bernard, Parabéns pelo artigo!

Um abraço,

Moraes

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