Depois de atuar exclusivamente no mercado brasileiro por quase 14 anos, o MilkPoint, principal site de informações do setor leiteiro no Brasil, dá seu primeiro passo para a internacionalização, lançando uma nova unidade europeia, sediada em Portugal. O projeto visa utilizar a expertise do portal brasileiro, adaptando-o à realidade portuguesa, tornando-o referência na disseminação da informação de qualidade para a cadeia produtiva do leite no país.

Para falar mais sobre esse novo projeto, entrevistamos a Ana Cristina Fernandes, coordenadora do MilkPoint em Portugal. Ana é farmacêutica, com uma longa experiência na área da veterinária, e foi gerente de comunicação da Hipra no país.

1-O que te motivou a levar o MilkPoint para Portugal?

Nestes últimos anos o meu trabalho passou essencialmente pelo Marketing Farmacêutico Veterinário. Participei no lançamento da primeira vacina contra as mamites em Portugal, o que me despertou para a importância da cadeia do leite no nosso país.

Neste trajeto profissional, conheci o MilkPoint Brasil, o que me encantou logo inicialmente. O fato de o MilkPoint ser um portal em língua Portuguesa, muito bem estruturado e em Portugal não haver nenhuma publicação on line/impressa que abrangesse toda a cadeia, e que conseguisse abranger temáticas tão variadas como por exemplo, dados de mercado ou nutrição e reprodução.

Não faria sentido começar um novo portal a partir do zero, havendo a possibilidade de fazer esta parceria com um país lusófono, com um know how imenso nesta matéria.

2- Como você definiria o mercado lácteo português?

Trata-se de um Mercado obviamente pequeno, mesmo dentro da própria Europa. No entanto somos auto-suficientes em termos de produção.Doutro ponto de vista somos um Mercado maduro, em que o crescimento estagnou há já algum tempo.

O mercado nacional é composto por um sistema de produção de quotas (que terminarão em 2015), à semelhança da UE. Temos basicamente 3 áreas de produção em Portugal: norte do país, com rebanhos com efetivos menores; sul do país com maiores efetivos e Açores (são 9 ilhas localizadas no oceano Atlântico, a meio caminho dos EUA!) responsável por 30% da produção nacional.

Nos últimos anos temos assistido ao encerramento de explorações de pequenas dimensões (10-50 vacas) e ao crescimento de explorações de media dimensão (100-500 vacas). As maiores explorações em Portugal têm cerca de 1000 vacas.

3-Quais as dificuldades enfrentadas pelos diferentes segmentos que compõem a indústria do leite em Portugal?

Nos últimos dois anos assistiu-se ao aumento do custo com a alimentação e em simultâneo à dimunuição do preço do leite pago ao produtor, embora nos últimos meses o preço tenha subido ligeiramente (0,35€).

Em termos de indústria a grande dificuldade prende-se com a distribuição. Em Portugal temos três grandes cadeias de distribuição que não hesitam em ir comprar leite fora do País, pressionando a produção nacional a baixar os preços.

4- O que a indústria láctea portuguesa pode esperar do Milk Point PT? O que você imagina que o MilkPoint PT vai agregar para o setor leiteiro da região?

Em Portugal, será o primeiro ponto de encontro da cadeia do leite! Tenho falado com várias pessoas ligadas ao setor que me dizem que já esperavam por este projeto há anos! Isto significa que há realmente um nicho de técnicos com necessidade de informação de qualidade, que até agora estava bastante pulverizada em vários canais. As empresas, têm igualmente acolhido o projeto com muito entusiasmo. Em suma, a expectativa é que o MilkPoint em Portugal siga as pegadas do MilkPoint Brasil!

Acesse o novo portal aqui!