Autores:
Dan Luchini – Gerente Ruminantes Adisseo América do Norte
Equipe Adisseo América do Sul

A adição de metionina protegida nas dietas de gado de leite vem crescendo desde o início dos anos 2000. Sabemos que, além de os aminoácidos serem essenciais, a metionina e a lisina são os dois primeiros aminoácidos limitantes nas dietas de gado de leite quando trabalhamos para otimizar a produção de leite. O uso de alguns softwares de formulação que desenvolvem dietas com o menor custo possível permite que os nutricionistas incluam estrategicamente os aminoácidos protegidos na dieta, otimizando desta forma a produção de leite.

Quando o objetivo do uso de aminoácidos protegidos é apenas o aumento da produção de proteína no leite, o questionamento mais frequente é: “Quanto tempo irá demorar para os animais responderem aos aminoácidos protegidos que estão sendo suplementados em suas dietas?” .

Frequentemente nós nos esquecemos que os aminoácidos não são somente “blocos de construção das proteínas – ou neste caso, blocos de construção da caseína”. Os aminoácidos são nutrientes essenciais pois participam de aspectos chaves do metabolismo dos animais, que, por sua vez, impactam a sanidade e a reprodução. Em 2010 o Dr. Guoyao Wu introduziu o conceito de “aminoácidos funcionais” para identificar aqueles aminoácidos que regulam e participam de vias metabólicas essenciais, as quais influenciam positivamente a sanidade, a sobrevivência, o crescimento e desenvolvimento, a lactação e a reprodução.

Embora este conceito tenha sido originalmente aplicado em outras espécies, experimentos recentes demonstraram que os ruminantes respondem com mais do que leite quando têm suas dietas suplementadas com metionina protegida.

Resultados de experimentos durante o período de transição demonstraram que as vacas alimentadas com dietas enriquecidas com metionina tiveram benefícios em diversos aspectos. As vacas apresentaram um maior consumo de matéria seca e responderam com aumento na produção de leite e uma melhor composição do mesmo. Entretanto, o mais importante foi o fato de estes animais estarem menos propensos a processos inflamatórios e terem o número de células somáticas diminuído. As vacas de fato respondem ao balanceamento de aminoácidos de suas dietas, o tempo que isso vai levar dependerá dos resultados esperados.

Pode demorar horas, dias, semanas ou até meses

Sabe-se que nas primeiras 12 horas pós administração de metionina, há um significativo aumento na metionina plasmática. Como já vimos anteriormente, as funções dos aminoácidos vão muito além de seu papel na síntese proteica, porém, considerando apenas este benefício, a resposta das vacas pode ser em alguns dias, de forma que o estágio de lactação não irá interferir neste tempo.

Resultados recentes de experimentos realizados na Universidade de Illinois demonstraram que as vacas no período de transição que foram alimentadas com dietas que contém aminoácidos, especialmente a metionina, apresentaram um imediato aumento na produção de leite.

Metionina – mais do que leite

Este mesmo estudo citado anteriormente comprovou o aumento no consumo de matéria seca e uma diminuição no número de células somáticas, além de uma melhora no status metabólico (baseado em diferentes biomarcadores), sugerindo que as vacas suplementadas com a metionina estão mais preparadas para os desafios do parto e início de lactação.

Ainda sobre os benefícios da metionina, um outro estudo mostrou a sua influência na qualidade embrionária, resultado já comprovado em outras espécies, porem recém comprovado para vacas leiteiras, podendo prevenir perdas embrionárias prematuras.

Os efeitos do uso de metionina já são comprovados por muitos estudos e vistos na prática por diversas fazendas. Reduzi-los apenas ao aumento na produção de leite e teor de sólidos é um subaproveitamento de todos os benefícios que este aminoácido traz para o organismo animal.

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