*Consultor Técnico de Mercado da MCassab
O manejo nutricional correto de bezerras de raças leiteiras é um componente essencial para o desenvolvimento dos animais e seu futuro produtivo. Na fase de aleitamento, a utilização de sucedâneos lácteos em substituição ao leite integral, visa acelerar o crescimento com melhor relação benefício x custo, preservando o bem estar e a saúde animal.
Geralmente, os sucedâneos (produtos industriais em pó) possuem os constituintes lácteos substituídos de forma total ou parcial por outros de origem animal e vegetal e que são utilizados pelo recém-nascido, após a fase de colostro, no lugar do leite integral. Levantamentos realizados sobre a criação de bezerras com alguns dos maiores produtores de leite do País corroboram esta tese, ao mostrarem índices melhores a partir deste tipo de manejo utilizado no aleitamento artificial da categoria jovem da fazenda. Um desses estudos foi apresentado na edição de março de 2014 na Revista Leite Integral, com quatro das maiores propriedades do Brasil:
O que normalmente caracteriza a criação em regime de aleitamento natural ou artificial é o seu alto custo. Somente o leite integral pode representar até 80% dos gastos. Alguns fatores, como o controle da qualidade do produto, a substituição por sucedâneo e a utilização de concentrados iniciais são práticas eficientes na diminuição desses custos.
Por outro lado, a escolha de um sucedâneo lácteo não pode ser apenas feita com base no custo. Trata-se de um processo delicado, em que vários aspectos importantes devem ser avaliados no momento da compra, o que inclui, entre outros: a composição dos ingredientes, os níveis nutricionais apresentados (de proteína, gordura, açúcares, minerais, vitaminas etc.), e índices de solubilidade e palatabilidade.
Em sua essência, os sucedâneos devem, acima de tudo, superar os desafios da criação especialmente na fase de aleitamento, apresentar uma ótima relação custo-benefício, um maior rendimento do trabalho e facilidade de manejo. Entre as vantagens de sua utilização estão: opções para um menor custo e maior atenção aos quesitos de biossegurança, maior controle de qualidade (em geral), além de maior consistência e conveniência no tratamento. Outros benefícios ainda podem ser ressaltados, como a desvinculação do horário da ordenha com o trato dos animais, a preservação na transmissão vertical (via leite) de doenças da vaca para a bezerra e a concentração da mistura, ou seja, maior teor de matéria seca, aumentando a rapidez e a eficiência no desempenho.
Para maximizar os resultados, o fornecimento da dieta líquida de modo restrito abrange, na maioria dos casos, algo entre 8% e 12% do peso vivo, durante o processo de aleitamento. Em sua maioria, os produtores adotam o fornecimento de 4 litros/dia, sem que ocorra nenhum ajuste para as mudanças de peso durante toda a fase de aleitamento. Este procedimento se deve, talvez, além da facilidade de oferecer um volume fixo de alimento, à crença de que uma maior ingestão acarrete na incidência de diarreia, na redução da ingestão de alimentos sólidos, no atraso do desenvolvimento do rúmen e na consequente perda de peso após o desaleitamento, sem contar o fator econômico.
Ao fazermos o comparativo da relação entre a ingestão artificial com a taxa de ganho de peso, a quantidade de quatro litros de leite/dia fornece nutrientes para a manutenção e ganho de 200 a 300 g/dia em condições termoneutras (15 a 25°C). A exigência de energia metabolizável (EM) nessas condições é de aproximadamente 1,75 Mcal/dia em um animal com 45 kg de peso vivo. O leite integral contém aproximadamente 5,37 Mcal/kg de sólidos, o que significa que o bezerro requer em torno de 325 g de sólidos do leite, ou 2,6 kg de leite (2,5 litros) somente para manutenção. Com o uso dos sucedâneos, a quantidade de EM/unidade de sólidos está entre 4,6 e 4,7 Mcal/kg, uma vez que os sucedâneos apresentam menores conteúdos de energia que o leite. Assim sendo, um animal com 45 kg de PV requer em torno de 380 gramas de sucedâneo (3,0 litros) para atender às exigências nutricionais de mantença. A tabela abaixo, por exemplo, mostra como o aumento na ingestão de sucedâneos lácteos em relação ao peso vivo do animal acarreta no aumento proporcional do ganho de peso:
Bezerros que receberam 25% do peso corporal em leite/dia até 30 dias de idade tiveram maior consumo de alimentos e melhor desenvolvimento dos pré-estômagos do que bezerros que receberam o volume de apenas 10% do peso, conforme indica a tabela abaixo, que indica também o desenvolvimento ruminal e o consumo de concentrado de bezerros em diferentes dietas líquidas:
Estes dados são apenas alguns indicadores que comprovam que a utilização de sucedâneos lácteos tem realmente trazido mudanças positivas, reduzindo, inclusive, taxas de mortalidade e morbidade dos bezerros. É muito importante, porém, atentar-se para a escolha e utilização do produto, sempre visando potencializar o desempenho. Cuidados no modo de uso, como temperatura de aquecimento e qualidade da água, padrões de mistura e processos de limpeza devem sempre ser observados.
A chegada de novas linhas de produtos ao mercado e os preços competitivos certamente influenciam nesta estratégia e na tomada de decisão. A MCassab, por exemplo, com sua expertise comprovada nas áreas de Nutrição Animal, desenvolveu a linha CALF MAC, que proporciona máxima força e saúde para um crescimento rápido e vigoroso. De maneira geral, esta é uma prática que tem se mostrado benéfica aos criadores, tanto em termos de redução de custo como em resultados práticos no crescimento.
Sobre a MCassab
Há 86 anos no mercado, a MCassab possui três grandes áreas de negócios: Distribuição, Consumo e Incorporação que, juntas, englobam 14 unidades de negócios e 1,2 mil colaboradores diretos. A empresa, cuja matriz está em São Paulo (SP), está presente nas grandes capitais do Brasil, Miami (Estados Unidos), Dubai (Emirados Árabes), Xangai (China), Argentina e Uruguai.
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