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Depois da seca, esperança na safrinha!

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 28/04/2014

7 MIN DE LEITURA

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Por Lucas Mari - Médico Veterinário, Doutor em “Ciência Animal e Pastagens”. Gerente de Probióticos da Lallemand Animal Nutrition

Introdução

Em especial neste ano a “safrinha” terá que ser “safrona”! Na verdade, como já é considerada em muitos locais do nosso Brasil, a dita “safrinha” é tida, por muitos especialistas, a segunda safra e, muitas vezes, mais importante que a safra de verão. Sem menosprezar nossa segunda safra, ela será chamada neste texto de safrinha (sem aspas), por ser um termo usual no nosso meio rural.

Em 2014 a estiagem foi severa e as perdas de produção comprometeram muito o valor nutritivo e a produção da silagem que será usada ao longo deste ano e início de 2015. Em uma importante fazenda produtora de leite no estado de São Paulo, onde se acompanha o histórico pluviométrico de 60 anos, não houve, segundo o proprietário, meses de Dezembro e Janeiro tão secos quanto deste recente verão.

Nas diversas regiões do Brasil há perdas variando entre 20 e 70%, dependendo da severidade. Em alguns locais, as áreas de produção de grãos foram colhidas para ensilagem, a fim de tentar suprir a demanda de forragem. Esses produtores já estão considerando que a compra de grãos usados em concentrados terá de ocorrer invariavelmente.

Mas estas estiagens ocorrem somente no nosso “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”? O que dizer da seca de 2012 nos Estados Unidos que, segundo se comenta, foi a pior dos últimos 50 anos? No mesmo ano de 2012, parte da Europa, Rússia e Ucrânia sofreram com o calor e falta de chuvas. No verão de 2010 no Leste europeu, também Rússia e Ucrânia sofreram com a falta de chuvas e com o calor, o que apresentou impacto na produção de milho e trigo, refletindo em custos elevados desses cereais no mercado mundial.

A agravante nos países citados acima é que somente é possível colher uma safra. Se ela for comprometida, não há possibilidade de se compensar com a safrinha! Pensando desta forma, somos mesmo abençoados por Deus!

Talvez por tudo isso, os produtores nesses países mantêm-se atentos às necessidades para que consigam produzir a melhor silagem possível. Raramente “economizam” nas boas práticas de ensilagem (colheita, afiação de facas, aplicação de inoculantes, compactação, vedação com lona de qualidade, bom manejo na retirada no fornecimento aos animais etc.), pois se a silagem tende a ser cara devido a perda de valor nutritivo e produção, mais cara ainda será se houver perdas fermentativas e de matéria seca.

Considerações importantes na ensilagem de culturas que passaram pela seca

Ainda que a planta, após um período severo de estiagem, aparente estar seca, se ela não estiver morta, poderá conter até 70% de umidade (30% de MS), portanto o teor de matéria seca deverá ser monitorado constantemente desde três semanas anteriores à previsão de corte. Por sua vez, quando a planta morre, o teor de MS sobe repentinamente. Assim, se faz necessário estar preparado para colher rapidamente. Inoculantes heterofermentativos contendo Lactobacillus buchneri são boas opções para o material mais passado (> 36% de MS), cujo risco de deterioração é maior após a abertura do silo, devido à dificuldade de compactação e à penetração de oxigênio que é facilitada, levando a risco do crescimento de leveduras e fungos.

Plantas que passaram por seca, usualmente apresentam altas concentrações de carboidratos solúveis. Uma vez que os grãos não são formados, os carboidratos solúveis deixam de ser convertidos em amido, concentrando-se na planta como um todo. Esses açúcares solúveis em alta concentração podem ser utilizados por leveduras após a abertura do silo, elevando o risco de deterioração aeróbica. Em vista disto, a inoculação com bactérias heterofermentativas (L. buchneri) tem sido sistematicamente usada nesse tipo de material ensilado fora do Brasil.

Outra característica marcante que ocorre em materiais que sofreram restrição de água é a alta concentração de nitrato (NO3) nas plantas. Isso não ocorre somente com o milho, já foi reportada na literatura a mesma característica em girassol, sorgo, trigo, cevada, dentre outras culturas. O nitrato, ao ser consumido pelos animais, na corrente sanguínea, é convertido em nitrito (NO2) que se liga à hemoglobina e reduz a capacidade de carrear oxigênio (meta-hemoglobina).

Uma das formas de diminuir esse risco é aumentar a altura de corte (25 a 35 cm de altura acima o nível do solo), já que o nitrato tende a se acumular nas porções baixas das plantas e a inoculação. Apesar das bactérias homofermentativas aparentarem trazer melhor resposta, em vista dos riscos expostos nos parágrafos acima, a opção do Lactobacillus buchneri deve ser considerada, mas somente se o teor de MS estiver acima dos 32%. A própria ensilagem em si já é responsável, por meio da fermentação, em diminuir a concentração de nitratos entre 50 e 70%.

Outro risco do nitrato é o acúmulo de gases tóxicos também no caso de humanos. Fora do Brasil, sobretudo em virtude do uso de alguns tipos de silo torre, esse risco é considerado. A formação desses gases (NO2) e sua inalação podem levar a sintomas de asfixia dos tratadores com quadros clínicos semelhantes aos observados nos animais que ingerem silagem ou forragem com alta concentração de nitrato. Deve-se tomar muito cuidado com esses gases em atmosferas com restrição da circulação de ar. Em um primeiro momento, na abertura do silo, máscaras devem ser utilizadas.

As plantas que passaram por estresse hídrico têm diminuída sua população de bactérias láticas epifíticas em virtude das condições ambientais desfavoráveis, portanto a fermentação pode ser comprometida. O uso de inoculantes com resultados provados auxiliam em aumentar a recuperação de MS e melhorar a fermentação durante a ensilagem.

Forragens que foram tomadas pela seca têm maior dificuldade de compactação que aquelas colhidas em uma safra sem restrição de água, especialmente com pouco ou nada de grãos. Nesses casos, as características de compactação levam ao “efeito colchão”. Cuidado extra e uso de mais tratores e/ou tratores mais pesados devem ser considerados, mesmo se o teor de MS estiver dentro da faixa normal.

A importância da safrinha, em especial, no ano de 2014

Safrinha é o nome dado para materiais cultivados em épocas não usuais para a cultura em questão, normalmente entre janeiro e abril, e em muitos locais após o cultivo da soja, especialmente na região Centro-Sul do país (PR, SP, MG, GO, MS e MT).

Antigamente, os cereais produzidos como safrinha eram sinônimos de risco de perda da cultura e baixa tecnologia em seu cultivo. O excedente de sementes da safra de verão era vendido por preços mais atrativos e aproveitado para plantio em uma época que nem sempre estavam adaptadas a serem plantadas.

Hoje em dia, a safrinha tornou-se fundamental na produção nacional, tanto de grãos, quanto de forragem a ser conservada na forma de silagem. As culturas mais utilizadas são: milho, sorgo e milheto, estes últimos sendo alternativas mais resistentes ao déficit hídrico que a primeira opção, muito embora o milho ainda seja o cereal mais cultivado no período da safrinha.

Na Tabela 1 demonstra-se a importância da safrinha, em área plantada, nas diversas regiões do Brasil para a safra 2012/2013 e a previsão para a safra 2013/2014, uma vez que os números oficiais apurados ainda não estão fechados.

Tabela 1 – Área plantada de milho para a safra 2012/2013 e a estimativa de plantio da safra 2013/2014.



Pode-se verificar que na região Centro-Oeste a safrinha é muito mais importante para a produção de milho que a safra de verão, quando normalmente as áreas são ocupadas pela soja. Já na região Sul do país a safrinha é quase tão importante em termos de área plantada que a própria safra de verão.

Neste ano de 2014 pode ser que a área estimada para safrinha seja até maior, em virtude da frustração da safra de verão que ocorreu em diversas regiões brasileiras.

Com isso, os produtores estão obrigados a se esmerarem a produzir na safrinha boa quantidade de material, sejam grãos, ou seja, forragem a ser ensilada. Naquilo que tange a ensilagem, há necessidade de muito cuidado nas boas práticas de ensilagem para que nem somente quantidade, mas também valor nutritivo do material seja aceitável. Assim, poderá ser economizada alguma parte do concentrado, cuja tendência de custo em um futuro breve também é de alta de preços.

Além de tudo isso, se a forragem for escassa haverá necessidade de utilizar-se de mais concentrado na dieta dos animais, aumentado, dessa maneira, o risco de distúrbios digestivos nos animais.

Considerações finais

O cenário para a safrinha não aparenta ser tão nebuloso, as chuvas têm sido frequentes e em quantidade adequada, o que deve garantir boa produtividade.

É sempre ariscado prever qualquer coisa, inclusive o clima, portanto, caso acredite, não deixe suas preces a São Pedro e demais santos de lado! Ah, é claro, vale a pena também ter muito cuidado na ensilagem na safrinha, atentando a todos os pontos importantes do processo! É a segunda chance que temos para fazer bem feito. E se tivermos sorte, fé e competência, quem sabe não colheremos uma safrona?!?!?

A Lallemand Animal Nutrition possui em sua linha de inoculantes, produtos com várias composições que vão atender às necessidades do produtor e às especificidades de cada forrageira a ser ensilada. Para conhecer o melhor produto para sua silagem, visite nosso site www.lallemand.com.br ou entre em contato pelo pelo box abaixo. Nossa equipe está à disposição para identificar suas necessidades e indicar a melhor solução.

 

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